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terça-feira, outubro 30, 2001

Vende-se!!! 

Vendo Seat Ibiza Cinzento 1.9 a diesel comercial, 120.000 km., um dono, três anos e meio, apenas cinco acidentes, lindo de morrer, sem prática de qualquer actividade sexual no banco de trás porque não tem banco de trás.

Porque a personalidade que fica bem nas pessoas, NÃO é das melhores coisas num carro. Quando eu digo para travar, é para travar, não é para brincar aos piões em plena auto-estrada nem para praticar carrinhos de choque com BMW's ainda mais bonitos que o meu quase desfeito carro.

No sábado passado fui a uma discoteca chamada Salsa Latina. É uma espécie de casa de banho toda branca, com música latina em altos berros, bastante cara e repleta de divorciadas de 400 anos a tentar acasalar. É uma sensação engraçada, a de te sentires um bocado de carne.

Estava com algumas dificuldades em equilibrar-me, pelo que me encostei ao balcão. Ao pé de mim estava uma alemã feia, de 4000 anos e 200 divórcios, com ar de quem pagava para ter alguma vida social e que começou a falar comigo.

Suponho que aquela discoteca deve constar dos panfletos turísticos que distribuem aos turistas quando saem dos aviões que pousam em Portugal, nos quais deve estar descrita como um local extremamente aprazível, onde se pode ouvir música e dançar e falar alegremente com os nativos portugueses, pelo que é frequentado quase só por estrangeiros. Como representante extremamente digno do nosso país, estava eu.

Não estava de facto com muita vontade e disposição para gritar em inglês pelo que sugeri delicadamente à alemã que fosse embora com um: "Go away.".

De imediato percebi que esta simples frase deve ter algum significado especial nessas terras que me rodeiam porque ela beijou-me.

Foi mais ou menos como lamber uma placa gordurosa e quente, pelo que de imediato a afastei e fui embora porque não sei dizer "desculpa, tenho de ir vomitar" em inglês.

Resolvi então que estava na altura de apanhar ar e mudar de sítio dado que claramente os meus conhecimentos de inglês não estavam à altura daquele local.

Fui então a outra discoteca, que tinha uma placa à porta a dizer "Luanda". Primeiro achei estranho entrar com tantas facilidades e sem pagar, mas rapidamente percebi: havia lá três brancos: eu, o meu amigo, e o dono.

A música era assim uma espécie de mistura rap com disco e havia concursos de dança com umas coreografias fabulosas. As raparigas lá eram bastante mais simpáticas que as dos sítios anteriores onde fui.

Como já era quase dia, fui para casa, num carro emprestado, com um olho fechado e outro aberto para evitar a visão dupla devida ao cansaço. A polícia mandou-me parar: 0.52g/l. Com uma sensação de “ Déjà Vu”, preparava-me para pedir para repetir o teste quando o polícia me mandou embora.

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