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domingo, novembro 12, 2006

Materialismo 

A vida é muito fácil quando se é realmente novo.

As únicas preocupações são as realmente óbvias, as habituais 400 gaijas por dia enquanto se aguarda pacientemente pelo primeiro prémio do loto.

Lembro-me quando comecei a trabalhar e comprei uns óculos de sol que passaram de imediato a ser o meu bem mais valioso. Também recordo quando mudei de casa a primeira vez, no percurso para a minha nova habitação levava tudo o que detinha no mundo, na mala do carro.

E num rompante, quase sem darmos por isso, vemo-nos envolvidos em 1001 projectos, decisões e responsabilidades cada um mais absorvente que outro. E as semanas sucedem-se, umas atrás das outras.

E de repente temos um negócio, uma casa, um carro e uma carreira e ainda não estamos satisfeitos, claro. Temos de pensar no próximo negócio, próxima casa, no carro novo e em quanto falta para deixarmos de uma vez por todas de receber ordens do deficiente mental profundo a quem vulgarmente apelidamos de chefe.

Mas recém entrados na Idade da Ressurreição, que sugere mudança, novos planos se levantam e questionam-se os existentes. E, claro, as variantes e cenários são aos milhões. Ser solteiro implica um excesso de flexibilidade que te permite fazer o que bem te apetece o que adiciona alguns milhões de possibilidades à tua vida, como por exemplo poder ir trabalhar para Terras de Sua Majestade já amanhã.

Mas claro, inerente a um ser humano normal, existe sempre uma vontade de assentar, tendência que se acentua com a idade e com o número de quartos de hotel já experimentados. Além do mais, claro, ia agora um ser humano tão fantástico como eu não perpetuar a espécie?

(continua)

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